Na ressaca de uma semana intensa do ponto de vista político e social, importa olhar a visita de Merkel ao nosso pequeno e mal arrumado País. Foi interessante perceber que a Chanceler está a realizar este périplo pela Europa, não por acaso, mas porque está numa espécie de campanha eleitoral europeia. Foi com um discurso vago e de simpatia que, em suma, não disse nada. Interessa agora adiar as decisões importantes e cuidar dos bons alunos. Soube a um cafuné da avó Angela esta visita.
No seguimento do comentário que se generalizou sobre o exemplo alemão, faz sentido recordar certos indicadores. A Alemanha, em 2005, chegou a ter um desemprego de mais de 12%, acima do registado no pós-guerra. Este facto gerou o mesmo debate sobre flexibilizar o mercado de trabalho que agora se ouve em Portugal. O que não invalida a necessidade de aprendermos, sobretudo nas áreas de gestão e planeamento, com a cultura alemã.
Outro ponto interessante do dia foi o discurso do Ministro de Economia Álvaro Santos Pereira. Em jeito de desabafo, levantou questões pertinentes e reiterou uma aposta importante na industrialização, resta saber o que vai ser concretizado. Ainda assim, esta seria uma aposta fundamental. O crescimento também parece finalmente ter uma agenda própria e espera autorizações europeias. Fala-se de um IRC de 10% para um mínimo volume de investimento, um benchmarking Irlandês parece. A Irlanda que lutou contra a vontade troikiana para manter o IRC inalterado e é considerado o 6º melhor país do mundo para fazer negócios. Empresas como a Google, Intel, Microsoft, Apple, Adobe, Amazon, Packard, Yahoo, têm a sua sede europeia na Irlanda. Resta saber se isso, num país com uma política fiscal tão instável como o nosso, irá convencer os investidores.