sexta-feira, 8 de março de 2013
Juventude, Crise e Europa
São o sound bite do momento, até porque a correlação entre estes três domínios é decisiva. A juventude é a chave para o dinamismo de uma europa envelhecida e a crise é uma consequência, não uma causa. Essa, no entanto, não tem sido a visão preconizada por governos e instituições europeias e, muito menos, a estratégia. E se a Europa já está a pagar a miopia da última década, mais irá sofrer no futuro se não se souber alinhar com o desenvolvimento. Todos os dias o mundo pula e avança, e uma função, que foi outrora uma reta previsível, é agora exponencial. Os paradigmas mudam todos os dias, em todos os cantos do mundo, ou seja, a todo o momento, o plano que foi traçado tem de ser atualizado. Isto para quem, dentro da Europa, planifica, de facto, alguma coisa.
Em Portugal o desemprego jovem está próximo dos 40%, urge a definição de uma política sustentada, mais do que programas como o Impulso Jovem. Programas são complementos da política e não a política em si mesmo, erro comum em Portugal.
Draghi falou esta semana sobre o tema e disse algo bastante evidente, algo que as centrais sindicais se esquecem quando defendem acerrimamente os direitos garantidos dos que têm trabalho. Como tudo na sociedade, existe um equilíbrio, um trade-off entre políticas. E um país onde o peso da flexibilização está todo do lado dos jovens, não é um país justo. Não existe uma central sindical da juventude, mas desengane-se quem pensa que a sociedade não se reorganiza. Tal como a água se agita num copo até atingir o equilíbrio, a sociedade também funciona do mesmo modo. E num grupo em crescendo, cresce também o poder que o representa. Aliás, vemos isso nas manifestações recentes, a orgânica das coisas está a mudar.