O mundo pensou que era só latim do Papa, até que, quem sabia latim, percebeu que era a despedida. A primeira renúncia Papal em 600 anos. “Foi como um raio num dia de céu limpo”, foi a frase que ficou.
Um Papa conservador, tradicional de costumes, um intelectual doutor da teologia. Foi por isso considerado por muitos o antagónico do que representava João Paulo II. Não fez de facto nenhuma reforma profunda na igreja, aliás pareceu recuar no que o seu antecessor já tinha modernizado. Urge a necessidade de um novo posicionamento da igreja, sob pena de se alargar o atraso que já existe para o ritmo com que a sociedade se desenvolve.
Posições como a que teve em 2009 na sua primeira visita a África, "o VIH/sida é uma tragédia que não pode ser ultrapassada apenas com dinheiro, nem através da distribuição de preservativos, os quais podem ainda agravar mais o problema", é um anacronismo que não tem razão de ser.
Ficam também alguns erros de percurso, como em Ratisbona, em que julgou a moralidade de Maomé, quando o catolicismo viveu tantos e tantos anos de torturas e chacinas.
Findo este período que muitos apelidaram de transição, fala-se da sucessão. As casas de apostas já lançaram os nomes, os candidatos de África e América Latina são os melhores colocados. No fundo, é aqui que estão 70% dos católicos do mundo. O velho continente já não tem o peso que outrora teve na discussão. Na frente, surge Peter Turkson, do Gana, com uma odd de 2,5 (bet365). Parece bem colocado para ser o escolhido para os apostadores papais. As casas de apostas apresentam ainda nomes que, embora não sendo elegíveis para um pontificado, parecem entrar nas contas. Nestes outsiders, Mourinho aparece melhor colocado do que Madonna, Oprah Winfrey ou Balotelli.