sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A não crise do ténis - World Tour Finals.

A dois dias de um dos maiores eventos desportivos anuais não podia deixar escapar a oportunidade de o dar a conhecer e fugir um pouco à tentação de comentar o que de mal vai neste cantinho da Europa.

A par dos Grand Slams, por obvios motivos históricos, o agora denominado World Tour Finals que conta apenas com a presença dos oito melhores tenistas do ano são, entre os mais de sessenta eventos do Tour, aqueles que mais pessoas e paixões movimentam. E claro, são também os meus torneios de eleição.

Esta minha euforia à sua volta é consequência da realização do mesmo em Portugal no ano de 2000. Com doze anos, e ainda o evento se chamava Masters Cup, foram os primeiros jogos de ténis que vi, foi a primeira vez que vi estrelas como Agassi, Sampras ou Guga a segurar uma raquete e foi durante esse torneio que percebi o quão fascinante poderia ser este desporto.

O torneio foi realizado no Pavilhão Atlântico e mais uma vez a organização e o publico Português não desiludiu: casa cheia durante 7 dias e um ambiente pouco característico para o desporto em questão.

Lembro-me perfeitamente da final e de ter criado uma empatia de tal maneira grande com o Agassi no decorrer da semana que fiquei extremamente chateado com a sua derrota por três sets a zero com o Kurten. Empatia que ainda dura, com ele e com grande parte dos tenistas que participaram nesse torneio, Sampras, Kurten, Safin, Hewitt e Agassi vão sempre ser dos meus atletas favoritos.


Desde 2009 que as World Tour Finals se tem vindo a realizar na O2 Arena de Londres e 2011 não será diferente. Vão mais uma vez ser jogadas em recinto coberto onde as luzes do court e a falta delas na audiência fazem lembrar um concerto de rock onde os oito magníficos são as estrelas.




Gosto de me considerar um felizardo por viver nesta geração onde sem sombra de duvida joga o melhor e mais competitivo grupo de tenistas da história. E é por isso que a edição de 2011 das WTF vai ser provavelmente também ela a melhor de sempre. A liderar o contingente contamos com o actual nº1 do mundo Novak Djokovik, detentor de 3 Grands Slams na corrente temporada e do melhor rácio de vitórias/derrotas da história. Rafael Nadal, rei da terra batida, que com o seu estilo combativo não vai querer acabar a temporada com “apenas” um titulo em Roland Garros. Andy Murray, jogador da casa onde recaem todas as esperanças da nação que deu o ténis ao mundo. Roger Federer, para muitos o melhor jogador de sempre que apesar de uma temporada onde faltou o habitual titulo de grand slam é o jogador em melhor forma actualmente contando com treze vitórias consecutivas. David Ferrer outro Espanhol a quem carinhosamente chamo de cão de caça, combativo, consistente, lutador, osso duro de roer para qualquer um. Tomas Berdych, jogador perigoso, um dos jogadores com pancadas mais limpas e agressivas do circuito que a pouco e pouco vai recuperando a forma que o levou à final de Wimbledon. Tsonga, o sósia perfeito de Muhammad Ali trás curiosamente para dentro do court a mesma irreverência e esponatanedade do pugilista. E por fim Mardy Fish o novo nº1 Americano a viver uma segunda carreira depois do calvário que viveu durante anos, um prémio justo para um jogador formidável que à excepção de Djokovic e Tsonga já bateu todos os outros. Temos todos e os melhores ingredientes para fazer deste evento algo para recordar.

É uma semana especial pelo formato - este tipo de jogos entre os grandes acontecem geralmente a partir dos quartos de final se tivermos sorte - o facto de estarem divididos em dois grupos onde jogam todos contra todos garantem-nos, pelo menos em teoria, encontros fabulosos durante sete dias. A titulo de exemplo, Nadal e Federer estão no mesmo grupo e podemos ter a felicidade de ver dois jogos entre aqueles que protagonizam uma das mais entusiasmantes rivalidades do desporto caso cheguem os dois ao jogo decisivo.

Enfim, melhor era impossível e poderia perder-me em exemplos sobre o que esperar de todos os possíveis encontros. A partir de Domingo façam um esforço e tentem acompanhar um pouco da acção de Londres. Têm a minha palavra em como não se vão arrepender caso não pensem que com o subsidio de Natal poderiam lá dar um salto e ver in loco os melhores do mundo.