sábado, 23 de março de 2013

Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!

E eis que, erguendo-se da mais obscura sepultura, o CDS regressa ao mundo dos vivos. O silêncio com que nos tinha brindado nos últimos tempos foi substituído por uma indignação profunda. O partido de Paulo Portas voltou a dar sinais de vida, e isso é bom, porque num momento tão difícil como aquele que atravessamos, o país necessita de partidos políticos activos, que contribuam com ideias e projectos.

Curioso e entusiasmado por voltar a ver o CDS nas páginas dos jornais, aproximei-me mais um pouco para perceber qual era afinal o motivo de tanto descontentamento. Seria o desemprego? As portagens que estão a castrar o desenvolvimento das regiões mais pobres? Talvez fossem as privatizações a preço de saldo, ou a pressão inadmissível do "Governo" sobre o Tribunal Constitucional...

Nada disso! Afinal o descontentamento do CDS tinha uma única razão de ser: o regresso de José Sócrates à RTP. Com tanta coisa que vai mal em Portugal, o CDS/PP regressou do mundo dos mortos para chamar o director de informação do canal público ao Parlamento, exigindo que explique a contratação do antigo primeiro-ministro. De facto deve ser confuso para quem trabalha na RTP perceber o que é que as pessoas querem. Primeiro irritam-se por não dar lucro, depois, quando há uma manobra de gestão simplesmente brilhante, indignam-se na mesma.

Que os consumidores da RTP façam uma petição a manifestar o seu desagrado (ou o seu contentamento) com a contratação do antigo primeiro-ministro é perfeitamente normal. Ver partidos políticos a indignarem-se com actos de gestão NÃO DANOSOS de empresas públicas é que acaba por ser caricato. Principalmente tendo em conta o passado recente...

No meio disto tudo a pergunta que se impõem é só uma: estará o CDS convencido de que a actual coligação está, de facto, a governar bem?! Até tenho medo da resposta!