segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os líderes devem estar loucos.

Estamos perante anos importantíssimos da história mundial. O período que vivemos vai ser recordado durante muitos anos, infelizmente não pelos melhores motivos. Quando olharem para trás, os nossos descendentes irão recordar os líderes actuais com o mesmo tom jocoso com que nós imaginamos pessoas a atirar baldes de urina pela janela ou mulheres a arderem na fogueira por suspeitas de bruxaria.

A ideia de querer limitar o défice dos países a 0,5% do seu PIB é mais uma ideia absurda que só faz sentido na cabeça oca das pessoas que estão no poder. O que está acontecer na Europa é completamente ridículo. Limitar o défice sem ter em conta as especificidades de cada país, é uma violação grave dos mais básicos conceitos económicos. De repente os líderes mundiais abandonaram a ciência, e estão simplesmente a inventar, como se as pessoas fossem ratos e a Europa fosse um enorme laboratório para experiências.

A política económica definida pela Troika para Portugal é absurda. Desde que o país aceitou a intervenção externa, os índices económicos agravaram severamente. O Portugal de Passos Coelho está bem pior que o Portugal de José Sócrates. O desemprego aumentou, as taxas de juro da dívida pública bateram novos máximos e o crescimento económico caiu a pique. De repente, os analistas que mostravam bonitos gráficos e justificavam o mau estado das contas públicas com a má politica governativa desapareceram, provavelmente à sombra de um cargo pomposo, numa secretaria de estado qualquer ou numa dessas empresas que a direita decidiu privatizar ao desbarato.

Portugal não é um país isolado. Somos pequenos e pouco produtivos. Dependemos do exterior. Dizer que a nossa economia vai melhorar cortando os feriados, aumentando meia hora a jornada laboral ou reduzindo o número de férias é pura ficção. Por sermos tão dependentes do exterior é que devíamos defender o Serviço Nacional de Saúde com orgulho, porque é uma das poucas coisas onde estamos à frente dos outros. Mas não! Orgulho em ser português é só defender o Mourinho e o Ronaldo...